Foi um dos filósofos mais influentes da história, discípulo de Platão e tutor de Alexandre, o Grande. Sua filosofia é ampla, abrangendo várias áreas do conhecimento, como metafísica, ética, política, lógica, biologia e estética.
Metafísica: Aristóteles desenvolveu a teoria do ser em si, explorando o conceito de substância. Ele distinguiu quatro causas que explicam o que é uma coisa:
A noção de "ato" e "potência" é central para entender a mudança e o movimento no universo.
Ética: A ética aristotélica está baseada no conceito de virtude e no caminho para a eudaimonia (felicidade ou realização). A virtude é o meio-termo entre os extremos do excesso e da falta, alcançado pela prática e pelo hábito. Aristóteles enfatiza que a felicidade é alcançada vivendo uma vida racional e virtuosa.
Política: Para Aristóteles, o ser humano é um animal político, ou seja, a vida em sociedade é essencial para atingir a eudaimonia. Ele analisou diversas formas de governo, como monarquia, aristocracia e democracia, propondo que a melhor forma seria aquela que promove o bem comum.
Lógica: Considerado o fundador da lógica formal, Aristóteles criou o sistema do silogismo, uma forma de raciocínio dedutivo. Sua obra Órganon foi a base da lógica por séculos.
Ciências Naturais: Aristóteles fez contribuições pioneiras à biologia, classificando organismos e estudando suas funções. Ele observou fenômenos da natureza com uma abordagem empírica, marcando o início de uma ciência sistemática.
Poética e Estética: Na Poética, Aristóteles explora a natureza da tragédia e da literatura. Ele introduz conceitos como mimese (imitação) e catarse (purificação emocional através da arte).
Aristóteles valorizava o equilíbrio e a busca pelo conhecimento racional como forma de entender o mundo e alcançar uma vida plena. Sua influência é duradoura, impactando a filosofia, a ciência e a cultura ocidental até hoje.
O ceticismo é uma abordagem filosófica que se caracteriza pela dúvida e pela busca incessante por evidências antes de aceitar qualquer afirmação como verdadeira. Os céticos questionam a possibilidade de se alcançar um conhecimento absoluto ou certeza, sugerindo que a verdade é frequentemente incerta e sujeita à interpretação. Eles acreditavam que, como nada pode ser conhecido com certeza, o melhor a fazer é suspender o julgamento e viver com tranquilidade. Para os céticos, a busca pelo conhecimento deve ser acompanhada de uma atitude crítica e cuidadosa, sem a presunção de que sabemos tudo ou que podemos chegar a verdades absolutas.
O hedonismo é uma doutrina filosófica que coloca o prazer como o bem supremo da vida humana. A palavra vem do grego "hēdonē", que significa prazer. Para os hedonistas, a busca pelo prazer e a evitação da dor são os principais motores da ação humana e o critério para avaliar se uma vida é boa ou não.
As origens do hedonismo remontam à Grécia Antiga, com destaque para o filósofo Aristipo de Cirene, discípulo de Sócrates, que defendia uma forma de hedonismo centrada no prazer imediato e nos prazeres físicos como fonte de felicidade. Essa vertente ficou conhecida como hedonismo cirenaico.
Apesar de frequentemente associado à busca desenfreada por prazeres sensoriais, o verdadeiro hedonismo filosófico envolve uma reflexão ética sobre como viver bem e alcançar satisfação de forma equilibrada. Em diferentes formas, ele continua sendo tema de debates contemporâneos sobre consumo, bem-estar e felicidade.
O epicurismo é uma doutrina filosófica fundada por Epicuro de Samos (341–270 a.C.), que propunha uma vida voltada para a busca da felicidade por meio do prazer — mas não qualquer prazer, e sim aquele que leva à tranquilidade da alma e à ausência de dor (aponia). O prazer, para Epicuro, é o princípio e fim da vida feliz, desde que seja moderado, consciente e livre de perturbações.
Diferente do hedonismo vulgar, que valoriza prazeres intensos e imediatos, Epicuro defendia o prazer racional, ou seja, a capacidade de escolher prazeres simples e duradouros, evitando excessos que levam à dor futura. A amizade, o conhecimento e a vida simples são os pilares de uma existência feliz e equilibrada.
O epicurismo teve grande influência no mundo antigo e ressurgiu com força no Renascimento e na Modernidade, inspirando visões de mundo que valorizam o bem-estar, a autonomia do indivíduo e a liberdade interior. Embora muitas vezes mal compreendido como um convite à vida desregrada, o verdadeiro epicurismo é, na verdade, uma filosofia da moderação e da sabedoria prática.
O estoicismo é uma filosofia prática que surgiu na Grécia Antiga, por volta do século III a.C., com o filósofo Zenão de Cítio. Mais tarde, foi desenvolvida por pensadores romanos como Sêneca, Epicteto e o imperador Marco Aurélio. Seu principal objetivo é ensinar as pessoas a viverem bem, com serenidade, virtude e equilíbrio, mesmo diante das dificuldades da vida.
Essa é uma das ideias mais importantes do estoicismo. Devemos concentrar nossas energias no que está ao nosso alcance — nossas ações, decisões e atitudes — e aceitar com tranquilidade aquilo que não depende de nós, como o clima, as opiniões alheias ou acontecimentos inesperados.
Os estóicos acreditavam que a razão é a característica mais elevada do ser humano. Por isso, viver bem significa agir com sabedoria, seguindo a razão e respeitando a natureza das coisas, inclusive a nossa própria natureza como seres racionais e sociais.
Para os estóicos, a verdadeira felicidade (ou eudaimonia) não está nos bens materiais ou nas emoções passageiras, mas na prática das virtudes: coragem, justiça, sabedoria e autocontrole. Viver virtuosamente é o único caminho para uma vida plena.
O estoicismo ensina que devemos acolher com aceitação — e até amor — tudo o que acontece conosco, mesmo as coisas difíceis ou dolorosas. Essa atitude, chamada de amor fati (amor ao destino), nos ajuda a manter a calma diante dos desafios e a encontrar sentido mesmo nas adversidades.